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Foto do escritorGabi Pastro - herbalista

O Perigo dos Temperos


O universo natural ganhou força nos últimos anos, vemos mais pessoas em busca de produtos saudáveis e benéficos para o corpo e planeta, seja para comer, passar no corpo ou usar no ambiente. Por conta disso, encontramos cada dia mais empresas ofertando este tipo de produto, porém existem armadilhas nesse caminho, muitos consumidores não sabem avaliar se um produto é realmente natural. Os temperos desidratados são um bom exemplo disso, a maioria das pessoas não imagina que consumir um simples tempero possa não ser natural e, ainda por cima, fazer mal à saúde!


Sempre falor isso no meu curso A Ciência dos Temperos, muitos dos temperos à venda no comércio geral, seja em casa de produtos a granel ou em embalagens fechadas, não são puros. Ou seja, a canela em pó não é só canela, a pimenta-do-reino em pó não é só pimenta-do-reino e assim vai. E o pior são os ingredientes que são adicionados, posso citar os aditivos mais comuns que podem estar dentro de temperos em pó de baixa qualidade:


  • Amido de milho, fécula de batata, fubá e outras "farinhas": são adicionadas para dar volume à mistura e, com isso, a empresa produtora tem mais lucro. Temperos desidratados de todos os tipos, único, como a cúrcuma, ou uma mistura, como o curry, podem apresentar esse tipo de "batismo". Esses aditivos não são considerados maléficos à saúde, porém tornam seu tempero menos medicinal, benéfico e saboroso.


  • Glutamato monossódico: sabe aquele tempero que você come e acha maravilhoso, fica viciado? Muito provavelmente têm esse aditivo realçador de sabor. Ele faz mal à saúde, pois forma uma camada no palato da boca e, com isso, você perde a sensibilidade aos outros sabores. Também atua no sistema nervoso causando vício. É muito comum nos temperos que são mistura (blends/masalas), como curry, páprica (a que mais tem), zaatar, tempero para carne, tempero para peixe, tempero baiano, entre outros. Mas ele não está restrito ao universo dos temperos, é um aditivo comum em alimentos congelados, seja uma simples ervilha, alimentos em conserva e refeições de restaurante. Ou seja, se você come fora de casa ou come em casa alimentos prontos, congelados ou em conserva, está ingerindo altas doses de glutamato monossódico.


  • Metais pesados: bem menos frequente, mas extremamente grave. Alguns temperos de baixíssima qualidade podem apresentar adição de metais pesados, como o chumbo, para aumentar seu peso e vendê-lo com maior valor. Um crime, certamente!


  • Corantes: afinal se foi adicionado algo que não tem a cor do tempero um alterador de cor precisa ser encoberto. E o que usam muitas vezes? Corante rico em benzeno, o qual é cancerígeno. Os temperos em pó que mais têm essa substância tóxica são os de cor amarela e vermelha, como cúrcuma/açafrão-da-terra, páprica, coloral, urucum.


Além disso, de forma menos grave, temos que muitas ervas, especiarias e condimentos são desidratados à altas temperaturas, ou seja, neste processo perdem boa parte de seus poderes medicinais e benefícios. Ou seja, você consome cúrcuma pelo seu poder anti-inflamatório, mas se for um produto de baixa qualidade não terá esse benefício no seu corpo.


Você pode estar se perguntando se esses componentes não precisam estar descritos na lista de ingredientes. A resposta é que na grande maioria das vezes não estão e não precisam estar, temos uma legislação falha em relação à rotulação que permite a adição de alguns componentes sem necessidade de estarem no rótulo e também uma fiscalização ineficiente.


Como nos resguardar de tudo isso e não cair nas armadilhas dos temperos "naturais"?

  • Analisar sempre o tempero antes de comprar, principalmente quando forem comprados à granel. Existem formas de identificar sua qualidade, além de maneiras de saber sobre a presença dos tipos de aditivos citados acima.

  • Comprar de marcas conhecidas e reconhecidas pela sua qualidade. O melhor dos mundos é comprar temperos que sejam orgânicos, um sinal de boa qualidade.

  • Comprar ervas e especiarias desidratas em formatos mais inteiros e moer (transformar em pó) apenas em casa. Por exemplo, priorizar a pimenta-do-reino em grãos ao invés da em pó. Com isso, também garantimos mais a preservação das propriedades terapêuticas dos temperos.


Por fim, quer ter conhecimento sobre testes para identificar a qualidade dos temperos da sua casa ou negócio e saber onde comprar ervas e especiarias de qualidade, além de aprender a fazer seus próprios temperos?


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